A Árvore da Vida é uma diagramação sistematizada que representa o cosmo
(micro e macro) em toda a sua complexidade, e também o espírito humano em suas
inter-relações.
Esta estrutura é composta por 10 "Sefirot" (no
singular se diz "Sefirá"); o termo "Sefirot" foi mencionado
pela primeira vez no "Sefer Ietzirah" (Livro da Formação) escrito a 4
mil atrás pelo Patriarca Abraão, designando os 10 números primordiais que
somados às 22 letras do alfabeto hebraico formam os “32 Caminhos da Sabedoria”.
A palavra "Sefirá" tem dois significados: um é contar, o
outro é limite ou fronteira.
De acordo com a Cabala, existem 10 dimensões para
a nossa realidade, as "Sefirot" funcionam como canais através dos
quais a Luz Infinita (Ain Sof Aur) chega até nós, animando o nosso universo
inteiro.
Cada "Sefirá", como um filtro, reduz sucessivamente a
emanação da Luz, diminuindo gradativamente sua intensidade até se aproximar do
nosso mundo físico dos cinco sentidos.
Por cada Sefirá que passa, a Luz se manifesta de forma diferente, mas
sem nunca mudar sua essência.
É como se colocássemos um filtro colorido na luz
do sol; nós a veremos azul, vermelha ou verde, mas a Luz não muda nunca, o que
muda é o recipiente.
Elas também são conhecidas como os "atributos divinos"
ou "emanações sagradas", já que cada uma delas está relacionada a um
atributo ou qualidade de D'us.
Para compreender cada nível das "Sefirot", devemos
primeiramente considerar as 10 esferas como um processo único, no qual cada
"Sefirá" evolui para uma outra, como elementos interdependentes que
passam por uma metamorfose num processo gradual e dinâmico.
Devemos estar
sempre com a visão da Árvore como um TODO.
1) KETER (Coroa, Semente) – A Sefirá de Keter é a primeira, e está
ligada ao Mundo de Adam Kadmon - Homem Primordial. Keter faz parte do triângulo
superior ou supremo (junto a Chochma e Binah), que está além da nossa realidade
física. Keter se situa no topo da coluna central (Pilar do Equilíbrio) .
A
coroa normalmente está na cabeça do rei, mas não pertence ao corpo do rei,
pertence ao reino. Para cada ação existe um pensamento que a precede. Keter é a
semente das manifestações que vão acontecer no mundo físico.
É o potencial da
manifestação. Imagine como uma semente de uma árvore que já contém a toda a árvore
dentro de si e que desaparece quando a árvore brota. Keter é a inteligência
ardente que canaliza a Força da Luz da Criação para as demais Sefirot.
Funciona
como um super computador que contém o inventário total do que cada um de nós é,
alguma vez foi ou será. Como tal, não só é a gênese de nossas vidas neste reino
da Terra, mas de todo pensamento, idéia ou inspiração que teremos enquanto
estivermos em nossa jornada.
2) CHOCHMA (Sabedoria) – Localizada no topo da coluna direita (Pilar da
Misericórdia) mantém-se como a figura do Pai Universal. É o primeiro recipiente
a conter toda a Sabedoria do universo e contém a totalidade da Luz.
É o
pensamento intuitivo em sua forma mais pura, o "estalo", a
criatividade, o inconsciente, toda atividade ligada ao lado direito do cérebro.
Em outras palavras, Chochma pode ser comparada a um tolo que carrega uma
enciclopédia nas costas.
A possessão da enciclopédia não torna o homem mais
inteligente. A Sabedoria, encapsulada em si mesma, passiva, não tem nenhum
valor em qualquer plano de existência. Para ser manifestada, a Sabedoria de
Chochmah precisa de uma conexão com a energia ou consciência de Binah.
3) BINAH (Entendimento, Compreensão) – É a figura da Mãe Cósmica ou
Divina e situa-se no topo da coluna esquerda (Pilar da Severidade).
É uma usina
geradora de energia cósmica, desde aquela que motiva o empenho humano até
aquela que mantém as galáxias em movimento.
É o raciocínio e a lógica que
definem e dão forma ao "estalo" que vem de Chochma, transformando-o
em pensamento, proporcionando o desenvolvimento mental de uma idéia. É o lado
esquerdo do cérebro, o consciente, os processos mentais.
Binah interioriza o conteúdo de forma que a informação se torna
conhecimento e parte da pessoa. Quando o pensamento precisa ser manifestado em
ação, Chochma e Binah se encontram, combinam suas energias e transformam
informação bruta em conhecimento.
Este conhecimento superior é chamado de DAAT
e é considerado como a "11ª Sefirá" ou "Sefirá Oculta"
localizada na coluna central, abaixo de Keter.
É interessante notar que a
ciência, exatamente como a Cabala, atribui a criatividade e a intuição ao lado
direito do cérebro e a lógica e a racionalização com o lado esquerdo do
cérebro.
4) CHESED (Misericórdia, Compaixão) – Situa-se na coluna direita, logo
abaixo de Chochma. É também a primeira das Sete Sefirot inferiores, com as
quais nos relacionamos.Mas as Sefirot são inteligências muito elevadas, então
como nos conectar com elas?
Precisamos de instrumentos, canais para fazer essa
conexão. Da mesma forma que sabemos que existe eletricidade na tomada, mas
precisamos de instrumentos - cabos ou aparelhos - entre nós e a eletricidade
para que ela possa se revelar.
O canal para Chesed é o patriarca Abraham
(Abraão), pois ele foi o canal que manifestou a inteligência de Chesed,
misericórdia e gentileza, no mundo. Quando queremos nos conectar com essa
energia, devemos meditar em Abrahão.
De acordo com a Guematria, a numerologia
cabalística, as letras hebraicas que formam a palavra Chesed somam 72, relacionando-a
com o poder dos 72 nomes de D'us.
Essa relação nos ensina que, para que
possamos ativar o poder dos 72 nomes, devemos ter misericórdia, gentileza pelo
nosso próximo. A expressão física da esfera de Chesed é a água.
Chesed
representa o total Desejo de Compartilhar. É o doar incondicionalmente, o
estender a mão (por isso em nosso corpo se relaciona com o braço direito), é o
fluxo de energia que se expande abundante e incontrolavelmente, por isso é
considerada a mais expansiva das Sefirot.
Chesed sem equilíbrio é aquela pessoa
pobre que ganha na loteria e dá cada centavo de sua nova fortuna para caridade
e deixa a própria família pobre. Desenfreada, Chesed doa até quase machucar.
Felizmente, tem uma contraparte de equilíbrio, a Sefirá de Gevurah.
5) GEVURAH (Severidade, Julgamento, Força) – Situa-se na coluna
esquerda, logo abaixo de Binah. O canal para Gvurah é o patriarca Yiztchak
(Isaac), filho de Abraham, e no nosso corpo essa Sefirá se relaciona com o
braço esquerdo.
Enquanto Chesed doa incondicionalmente, Gevurah é a avarenta.
Onde Chesed se expande, Gevurah se contrai.
Onde Chesed diz,
"Compartilhe", Gevurah diz "e o que eu ganho com isso?"
Onde Chesed celebra o heroísmo. É pura contração, restrição, é a força que permite
o controle e o domínio sobre os impulsos.
Gevurah, sem rédeas, sem o equilíbrio
de Chesed, se torna a tirania de um estado policial, podendo levar a
autocontenção e se transformar em uma fonte de energia para sentimentos de ódio
e medo.
Mas assim como a Sabedoria de Chochma não pode se manifestar sem a
energia de Binah, a semente indiferenciada em Chesed nunca poderia se tornar a
árvore diferenciada sem a mão forte de Gevurah.
Gevurah canaliza energia
espiritual para superar obstáculos e atingir objetivos específicos, e é a força
essencial para realizarmos nossa principal missão nesta vida: transformar a
nossa natureza.
6) TIFERET (Beleza, Equilibrio) – Está relacionada com a Coluna
Central. Localiza-se abaixo e entre as Sefirot de Chesed e Gevurah. Junto com
Chesed e Gevurah, forma a tríade superior do Maguen David (Escudo/Estrela de
David).
O canal para Tiferet é Yaakov (Jacob) e no corpo humano, está
relacionada ao tronco (coração, pulmões, etc.). Tiferet é Beleza porque é o
ponto de equilíbrio entre as colunas direita e esquerda, gerando a harmonia,
sem a qual beleza nenhuma poderia existir.
Também representa a verdade, que vem
com esse equilíbrio. Tiferet nos ensina quando compartilhar e como faze-lo com
equilíbrio, e quando receber ou julgar com amor. Representa aquele equilíbrio
entre julgamento e misericórdia que permite a um pai disciplinar seu filho pelo
amor ao invés de fazê-lo pela força reativa.
7) NETZACH (Vitória, Eternidade) – Situa-se na coluna direita, logo
abaixo de Chesed. É um armazém de energia positiva de Chesed, que irradia o
Desejo de Compartilhar e se torna o canal dessa energia na medida em que começa
a abordar o mundo físico no qual vivemos.
É Vitória no sentido de vencer as
próprias limitações e Eternidade no sentido de expressar os pensamentos eternamente.
É a primeira Sefirá onde há reciprocidade, sendo responsável pela necessidade
que o homem tem de se relacionar com o outro.
É análoga ao esperma que, em
união com o óvulo, irá criar, em última instância, um ser humano individual.
Netzach também representa os processos involuntários e o lado direito do
cérebro, a emoção, a intuição, onde o processo criativo acontece.
Em resumo,
Netzach é o artista, o poeta, o músico, o sonhador e o princípio fertilizador
masculino. No corpo, está relacionada à perna direita e o canal para energia de
Netzach é Moshé (Moisés), porque trouxe a eternidade, a vida eterna, ao
universo.
8) HOD (Glória, Esplendor) – Localiza-se na coluna esquerda, abaixo de
Gevurah, e no corpo humano corresponde à perna esquerda.
O canal para nos
conectar com a energia de Hod é Aharon HaCohen (Aarão).
Análoga ao óvulo na
concepção humana, essa Sefirá inicia a materialização do que aconteceu somente
em potencial em Chesed/Netzach, assim como uma mulher dá à luz o que foi
concebido em conjunção com o princípio fertilizador masculino.
Hod permite que
a energia repassada de Netzach seja apropriada e aceitável para quem a recebe,
sendo responsável por criar um espaço interno para que se possa identificar com
o outro e, conseqüentemente, aceitar o outro.
Assim como dissemos anteriormente
que Netzach é o artista, Hod é o cientista, o lógico, o craque da matemática e
o contador.
Sua qualidade espiritual enfatiza a humildade e o reconhecimento.
Hod também controla os processos voluntários e atividades do lado esquerdo do
cérebro, o racional, a mente concreta, canalizando a praticidade de Gevurah na
psique humana.
9) YESOD (Fundamento, Alicerce) – Conhecida como "receptáculo das
emanações", situa-se como um grande reservatório abaixo das oito Sefirot
das quais falamos anteriormente.
Todas as Sefirot acima emanam sua inteligência
e seus atributos para o vasto recipiente de Yesod, onde são misturados,
equilibrados e preparados para transferência de um esplendor radiante de
influxo divino a uma próxima Sefirá. O canal para nos conectar com Yesod é José
(Yoseph), e no corpo humano essa Sefirá está relacionada aos órgãos sexuais.
Metaforicamente falando, Yesod é como uma betoneira, aquele caminhão de
cimento, que junta água, areia e todos os componentes em sua forma bruta, os
mistura e verte uma mistura úmida que, finalmente, endurecerá e se solidificará
como cimento, que seria a matéria do nosso universo físico, conhecido como
Malchut.
ZEIR ANPIN – Antes de falar sobre a Sefirá de Malchut, é importante explicar
o que é Zeir Anpin, que se refere a algumas das Sefirot anteriormente
mencionadas. Os antigos Cabalistas explicam que das dez dimensões existentes,
seis dimensões em particular (Chesed, Gevurah, Tiferet, Netzach, Hod e Yesod)
estão firmemente envolvidas, uma dentro da outra, compactadas em uma dimensão
conhecida como Zeir Anpin ou Mundo Superior. Toda a Luz que recebemos em nosso
mundo físico vem de Zeir Anpin.
10) MALCHUT (Reino) – A última das Sefirot. Ela contém o mundo da
fisicalidade e o nível de revelação. É a única das Sefirot onde a matéria
física parece existir.
É aqui que a mistura "despejada" por Yesod
endurece como pedra, adquire estrutura e assume forma física.
Em nosso corpo
está relacionada aos pés e o canal para Malchut é o Rei David.
Está também
relacionada ao mundo da manifestação, da ação, e tem a ver com nossa existência
física; comer, trabalhar, dançar, etc.
É nesta dimensão que as divergências na
atitude humana significam a diferença entre as vidas individuais.
É em Malchut
que ocorre o maior "Desejo de Receber", porque essa dimensão nosso
universo é a que está mais distante da fonte de Luz.
Por isso, este nosso
reino é onde existe maior sentimento de "falta". A Cabala explica
ainda que, cada um dos dez níveis das Sefirot também contém mais dez níveis, os
quais contém mais dez, e assim por diante, infinitamente, como fractais.
Essa
estrutura atua como um prisma que refrata a Luz em várias freqüências, gerando
a diversidade que compõe o espectro inteiro da criação.
Toda criatura neste
planeta também está imbuída dessa mesma estrutura, e tudo o que existe em nosso
mundo físico, se origina no reino não-físico das Sefirot.
Esses Mundos
Superiores são os portais através dos quais a energia espiritual flui para
nossa dimensão, e podemos alcança-los através de compartilhar com o próximo,
orações, transformação espiritual, meditação e a fé absoluta na Unidade (Eu e o
Pai somos Um).
Existe a Sephira invisível, DAAT, localizada próxima à tríade superior.
É a sephira que representa o Abismo, a morada de Choronzon.
OS TRÊS VÉUS
AIN (Nada, Inexistência) – Representa a Existência Negativa. O
Imanifesto. Nenhuma palavra do vocabulário humano pode definir tal abstração.
Esta idéia exclui toda a ligação com tempo e espaço. O AIN não existe ou está.
O AIN, simplesmente, "É".
AIN SOF (Sem Fim, Infinito) – Difere do primeiro tão-somente no que
pressupõe a idéia de tempo e espaço, pela inclusão dos termo SOF (Fim).
Constitui também a idéia de Existência Negativa.
AIN SOF AUR (Luz Infinita) – Aproxima-se um passo a mais em direção à
apreensão humana, pela inclusão do termo OR (Luz). Apesar disso, o AIN SOF AUR
permanece incompreensível e constitui o terceiro véu de Existência Negativa.
Fonte: Eduardo Ruiz
equipe viver alternativo